quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Dissertação sobre Política Económica

Sejamos honestos: a Economia baseia-se na confiança que os agentes económicos têm para nela participar. Mas a sua participação está condicionada pela sua capacidade e dimensão dentro das economias.

Com a crise dos mercados financeiros que eclodiu no final do ano passado, alguns agentes económicos de peso (bancos, seguradoras, indústrias...) viram a sua própria existência ameaçada. Tal como disse Barack Obama na sua tomada de posse, "os erros e a irresponsabilidade de alguns tornaram-se problema de todos". Com estas grandes instituições a cometerem estes erros crassos e a colocar a ganância à frente do bem-estar comum, a confiança das pessoas no funcionamento da economia de mercado foi seriamente posta em causa, e agora existem novos desafios a enfrentar.

Um dos primeiros receios, em particular dos seguidos das políticas monetaristas, foi o risco de vir a ocorrer deflação. No entanto, com o dinheiro que os Bancos Centrais e os Governos estão a injectar nos secotres mais debilitados da Economia, esses receios são infundandos, pelo menos no médio-prazo. Ainda que as últimas revisões da inflação do Banco de Portugal para o último trimestre de 2008 apontem para uma queda significativa, invertendo a anterior tendência de subida. Isto significa que, com a queda dos preços, as famílias poderão vir a ter um maior rendimento disponível.

No mercado de Emprego, com a crescente falência de empresas na indústria fabril (dos têxteis ao sector automóvel), e a deslocação de outras para as economias emergentes na UE (bloco de Leste), o investimento em obras públicas pode vir a ser uma excelente solução, criando postos de emprego, seja directamente envolvidas nelas ou não, atenuando os efeitos causados pelas falências. É necessário assegurar, no entanto, que haja um critério de empregabilidade, tendo em conta as faixas etárias afectadas pelas falências.

No sector empresarial, os gastos públicos podem estimular a actividade das empresas, garantindo a sua subsistência (e, por consequência, a manutenção de postos de trabalho), fazendo com que estas consigam gerar riqueza para o país.

No entanto, a execução de obras públicas e os investimentos na tecnologia da informação, nos transportes, etc, são um tónico para que o défice orçamental exceda os valores acordados no Pacto de Estabilidade e Crescimento (de 3 por cento). Apesar de o PEC neste momento poder vir a ser suspenso, é necessário manter as contas públicas controladas, impondo uma disciplina orçamental rigorosa, mas adaptada à actual conjuntura.

É importante manter a coerência na execução dos gastos públicos. Apesar de poderem vir a gerar proveitos futuros, os gastos a fazer têm que ser muioto bem anaisados e estudados. E umas das coisas que as políticas económicas têm que ter em conta, são os benefícios que a população e as PME's podem tirar destes gastos. Por exemplo, de que adianta Portugal ter uma linha férrea de alta velocidade, se o preço Madrid - Barcelona em Turística no TGV ronda os 300 euros, o correspondente a 67% do salário mínimo em Portugal? Pede-se coerência.


António Ferrão


PS - Obrigado Professora!

1 comentário:

João Batista disse...

Tu sabes bem que sou Socialista e cá vai o meu ponto de vista...

Acho um erro andar a salvar bancos de falências com o pressuposto de salvar o dinheiro dos depositantes. E porque acho um erro, porque quem lá meteu o dinheiro foi à procura do lucro fácil e quando acontece alguma coisa mal, lá tem de ir salvar os desgraçadinhos...

Depois a deflação, sem dúvida uma coisa boa para os consumidores, mas e as empresas e os seus trabalhadores? é que se assim já tão em dificuldades e a despedir pessoal, com uma quebra nos preços, mais cedo eles metem o pessoal a andar.

Quanto à deslocalização das empresas, é algo mais que óbvio que tal aconteça. Portugal já não é mais o pais que era quando elas se instalaram. os salários são mais altos, os encargos fiscais também, entre outros factores, factores esses que levam as empresas a mudarem-se novamente para onde encontram as mesmas condições que tinham quando cá chegaram.

Investimento público é uma forma de lutar contra a crise?
Só das megas empresas, com ligações aos que estão no poder. a única forma de lutar contra a crise e baixando drasticamente os impostos, os encargos das famílias, etc... os milhões que serão gastos em obras publicas eram muito melhor empregues no aumento das pensões, rendimento de inserção social, etc...

Para finalizar a minha intervenção, o PEC, nunca deveria existir. Todos os países tem a responsabilidade de manter as suas contas em ordem, mas sem pressões de prazos e números, pois estes podem ser trabalhados de forma a mostrar algo que não existe...

Cumpz
João Batista